terça-feira, 13 de julho de 2010

(sobre)viver !

Por vezes, damos conta que o nosso passado está demasiado presente. Tentamos por tempo indeterminado esquecer tudo que nos enlouquece e dá cabo de nós. Mas nada é para sempre e tudo volta à tona. Tentei, juro que tentei por-te de parte da minha vida, tentei fazer de ti o meu passado jamais recordado, mas tu insistes em ser o meu presente mais activo. Sabes os meus pontos fracos como ninguém e, por isso mesmo, abusas deles de forma a tornar-me impotente perante as tuas investidas. Por vezes repreendo-me por te ter aberto as portas do meu mundo e te contado cada detalhe, cada pormenor meu e da minha vida, se nunca o tivesse feito, hoje não me depararia neste ciclo vicioso onde o destino final é óbvio: a pura obsessão pela tua pessoa ! Sim, admito, não me és nada indiferente, aliás, és demasiado importante para mim, o que torna a nossa existência demasiado perigosa. Serás que não vês isso? Corremos o risco de ser aniquilados por esta tontice que nos consome ! Compreendo que não te preocupes comigo nem com o facto de estar em perigo iminente por tua causa, mas vê se te preocupas contigo, porque o facto de eu o fazer não te ajuda em absolutamente nada. Sabes, por acaso, o periclito que o teu sorriso é ? Claro que sabes e é por isso que o usas, e é por isso, também, que cada vez que olho para ti ele está sempre presente de forma a transmitir o seu brilho para o meu olhar, de forma que faz o meu coração pulsar a mais da velocidade que lhe é permitida ! Apetece-me gritar para fugires, desapareceres para sempre, que me largues do teus abraços e me deixes viver, mas não o sou capaz ! Por muito que saiba que me encontro em risco de perder tudo que consegui armazenar até hoje, de viver na lama para sempre, eu prefiro ter-te a ti e isso dá-me uma raiva enorme ! No fundo, sou dependente de ti, mais do que poderia ser de qualquer droga. E sabes o que me mantém assim ? São as lembranças que tenho em conjunto contigo e a força que estas me fornecem, que, embora me matem internamente, me dão condições físicas para sobreviver a esta luta pela sobrevivência com um sorriso, embora cheio de falsidade, nos lábios. Hoje sei que é bom vivermos de lembranças, mas por vezes sobrevivemos esquecendo-as ...

"podes esquecer-te do que se passou entre nós, podes esquecer-te de mim e de todos os momentos; não esqueças e não mudes é a pessoa que te tornaste ao meu lado. Essa, eu vou querer para sempre."

- não sei se lerás isto, mas se o fizeres, por favor, foges enquanto podes, eu já não tenho forças para tal .

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